República do Pensamento: dezembro 2010

DESEJO A TODOS uma existência cada vez mais plena e consistente.



Dê sempre espaço às manifestações que emanam da melhor interioridade.



Retire das suas virtudes os atributos necessários para ser cada vez mais amoroso e solidário.



Invista no seu protagonismo existencial, considerando com o igual valor e medida a luz própria que os outros também possuem.



Utilize o senso crítico para apurar o seu bom senso e vice-versa.



Brinque mais e trabalhe bem.



Tristeza tem fim quando chega de surpresa a felicidade.



Louve o que bem merece e aproveite a paz de espírito
para abastecer o corpo de harmonia e graça.



Seja expansivo sem ser espaçoso.



Seja pacífico sem ser passivo.



Tire o N da palavra TENSÃO.



Goze na excelência dos seus melhores sentimentos, e quando vier a dor,
lembre-se que ela é, no momento, um espinho e, a longo prazo,
será uma flor de maracujá.


Feliz Ano Novo Todo Saboroso!!!


* Marcos Fabrício


MINHA TERRA TEM FLAMENGO
O URUBU REINA EM PLENO AR
OS CRAQUES QUE AQUI PASSEIAM
SÃO MELHORES QUE OS DE LÁ

* Marcos Fabrício


A coragem é o sucesso necessário para lidar com o fracasso.

* Marcos Fabrício


A dor é o espinho que vai virar flor

* Marcos Fabrício


Sabido é o sábio que sabe que o sabichão não sabe nada


* Marcos Fabrício


FELIZ NATAL
ALTO ASTRAL

FELIZ ANO NOVO
TODO SABOROSO


* Marcos Fabrício


a força da criação
se faz presente
e quando levanto meu olhar
clamando mais um gole
da tua cachaça
é que a noite
ainda não acabou
e o trabalho
apenas começou


G.F.


minha fé
entendeus

* Marcos Fabrício


AQUI JAZ
UM HOMEM
QUE TREPOU
COM OS SEUS IDEAIS


* Marcos Fabrício


TRABALHO DE ROCEIRO

Ando em meio ao pasto
caminho no canto da dor
na margem esquerda do riacho

vejo as macaúbas
todas espinhosas
desvio de tuas folhas

me deparo com frutas
as mais silvestres
e mais venenosas

cobras saindo da cabeça
de encontro ao fogo sagrado
do amor

ela me lançou um raio
e este raio comigo ficou
sumi do mapa

achava ela que me derrotou
e eis que ressurjo
cheio de perdão

mas nunca mais coração
sentimento
nem emoção

apenas o mais simples
e puro perdão


G.F.


pena não sermos tão profundos
e vivermos rasos

[tenta encontrar um psiquiatra
psicólogo ou padre
pai de santo
ou pastor
que não esteja
com a agenda lotada]

não há nada de mal
em ser real


G.F.


FELICIDADE

Felicidade não é primavera
Mas é uma árvore que se veste em flor
Após viver a nudez total de um rigoroso outono

Felicidade não é vitória
Mas a derrota dos vícios
Que empatavam a vida

Felicidade não é o prazer infindável
Mas o esforço permanente

Felicidade não é ter o bastante
Mas ser o suficiente

Felicidade não é a seta no alvo
Mas o caminho percorrido por nossas certezas e dúvidas

Felicidade não é o sorriso triunfante
Mas a graça compartilhada

Felicidade não é o último passeio
Mas a próxima viagem

Felicidade não é fazer da vida uma carreira solo
Mas uma travessia solar

* Marcos Fabrício


FELICIDADE


Felicidade não é primavera
Mas é uma árvore que se veste em flor
Após viver a nudez total de um rigoroso outono

Felicidade não é vitória
Mas a derrota dos vícios que empatavam a vida

Felicidade não é o prazer infindável
Mas é o esforço permanente

Felicidade não é ter o bastante
Mas ser o suficiente

Felicidade não é a seta no alvo
Mas o caminho percorrido por nossas certezas e dúvidas

Felicidade não é o sorriso triunfante
Mas a graça compartilhada

Felicidade não é o último passeio
Mas a próxima viagem

Felicidade não é fazer da vida uma carreira solo
Mas uma travessia solar

* Marcos Fabrício


PRÉ-SALL ou PRÉ-SALL?


* Marcos Fabrício


PASSARINHAR


passarinho leva o amor no bico
está maluco pra passarinhar
a passarinha se arruma no ninho
querendo os carinhos do galã sabiá


o pavão se banhou todo no rio
chegou arrumadinho na casa do seu amor
lá chegando quis cantar de galo
mas antes vem a canja meu caro doutor

papo vai papo vem
o clima esquentou pegou fogo no ninho
o canário soltou a voz
rouxinol chegou juntinho


"andorinha me dá pé
que nessa noite eu sou teu louro
andorinha me dá pé
que nessa noite eu sou teu louro"


tico-tico no fubá floresce
curió pela água agradece
tico-tico no fubá floresce
gaivota no céu resplandece


* Marcos Fabrício


NEGRO CANTO
Marcos Fabrício


declamado no Dia da Consciência Negra (20/11),
no Colégio Berlaar São Paschoal, em Belo Horizonte-MG.


Sorrir para arredondar a tristeza quadrada

Varrer para limpar a sujeira folgada

Educar para compreender tanta gente mal criada

Pensar para desarmar a cilada arquitetada

Dançar para comemorar a força delicada

Trabalhar para movimentar o produto da máquina

Inventar para fundar a pátria amada

Cor do pecado? Que nada!

Cor do perdão? Desde sempre!

Cor da razão? Com anel de bamba!

Cor da emoção? Negro canto à flor da pele!

Mais do que a ordem,

o progresso!

Mais do que o progresso,

o amor!

Fé no axé

e palmas para Palmares!


Um irmão de sangue
Um irmão de alma

segue a vida
nas resoluções
que cada um toma
que cada um escolhe

procura teu irmão
como glória
para teu ser

não como sangue
que não tem querer
nem contigo
se congraça

irmão
é aquele que está presente
sempre


G.F.


o remédio

tenho fel dentro de mim
mel amargo,
luto sem fim

sem remédio

tenho tua imagem frente, aqui
meu desejo,
amar a ti

sem fim de créditos

tenho dor dentro de mim
sal ardido,
luta sem fim

sou o dito tédio

tenho tua miragem rente, aqui
meu desejo, amar sem fim
milhões momentos inéditos.

* Luiz Cláudio Pimentel


victorious ones

me pergunto porquê alguns não alcançaram ainda
não pisaram no Olimpo, por suas realizações
simples e tão perfeitas

me pergunto porquê as feridas de alguns são tão incisivas
mais de que a de outros, os verdadeiros vitoriosos
me pergunto porquê gloriosos são os que tripudiam, trapaceiam
quando o ideal é que fossemos éticos, limpos, transparentes

me pergunto porquê?
me refaço e insisto no questionamento


o agora é o instante
o melhor momento


me pergunto porquê as dívidas de alguns são tão pouco agressivas
mais de que a de outros, os verdadeiros vitoriosos
me pergunto porquê preferidos são os que nos iludem, sacaneiam
quando o ideal é que fossemos únicos, ladies, cavalheiros.
 
* Luiz Cláudio Pimentel


(versão 2)

deseja alguém
peleja sem
desistir

deseja amar
almeja alcançar
investir

deseja você
extradionária, com defeitos
revolucionária, com trejeitos
pra quê?

* Luiz Cláudio Pimentel



lidão # SOLidão



* Marcos Fabrício


TORRE DE BABEL INVERTIDA

torre de babel invertida
toca de tatu suicida
muro da vergonha
segredo de cofre
chave de cadeia
ressaca moral
merda no ventilador
chutando o balde
efeito dominó
papagaio de pirata
não aprende a ser só
etiquetado e carimbado
bateu o martelo
perdendo a majestade
preferiu o castelo
não sabendo o que é certo
pisou na bola
não é força é jeito
antes junto e misturado
do que só no quadrado do azulejo

* Marcos Fabrício


FOME DE TRATOR


Eu me desmonto na anti-matéria do tédio
Alimento-me de uma dor constante que me consome
Não sou alegre e nem levado por uma profundidade serena
A felicidade me visita com hora marcada para sair
Dentro de mim o espinho faz da flor uma pedra no sapato
Uma fúria de arquivo morto empata o meu presente
Futuramente uma esperança desbotada aparece no horizonte
Tempo nublado com pancadas de chuva e greve de sol
Um pássaro de asa quebrada cai no conto da gaiola
Talvez o céu seja grande demais para quem gosta de buraco
O medo tira o pirulito da minha criança
Adulterado envelheço como vinagre
Falta-me sabedoria de peixe para não me afogar
A vontade de sumir ainda peleja com o desejo de ficar
É muita sutileza no ar e a minha fome é de trator
Dou patadas de elefante porque não consigo conviver com a minha tromba
Meu sofrimento chama tanta atenção
Que pareço uma floresta incendiada
Carente por água e mais água
Despacho malas e malas para tirar férias da minha vida particular
Sustentar vários dentro de mim exige um estoque de máscaras
Mas só gosto de usar as mesmas – chamo isso de sinceridade
O que consigo é no máximo beber um licor de tempo matado
Porque quem conversa demais espanta a presença do silêncio
Até o beijo da mulher amada me amarga
Parece gasolina quando deveria ser poesia
Culpa da carga explosiva presente nessa dinamite de carne e osso
Que oferece o pavio de mão beijada pro fogo morto
Colocar o meu na reta
Exige um cú que saiba onde o vento faz a curva


* Marcos Fabrício