MARCOS FABRÍCIO FALA SOBRE A FINAL DO BBB10
NÃO SE ESQUEÇA DE REBOBINAR A FITA
clepsidra
nome femininorelógio de água usado na Antiguidade, que media o tempo pela quantidade de água que se escoava de um vaso (Do gr. klepsñdra, «relógio de água», pelo lat. cleps]dra-, «id.»)
http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa-ao/clepsidra
colapso suicida
tempo escorre perfeito
narcose da ferida
o mais singelo defeito
compasso catártico
tempo sobressai com jeito
glicose, performático,
o mais belo desfeito
correntes passam,
sobrevoam,
inundam o tempo inexistente
desfazem, ressoam
o tempo intermitente
perpasso clepsidra
tempo desliza de peito
narcose da ferida
o mais singelo defeito
compasso catártico
tempo sobressai com jeito
neurose, catedrático,
o mais Nero: perfeito.
* Luiz Cláudio Pimentel
Levado A Refletir
dos livros que li, poucos abri,
sentia-os entre meus hemisférios
esquerdos
das poças que vi, muitas senti
tocava-as entre mistérios
retardados
Levado a refletir,
me vi lisonjeado
com os experimentos que adquiri
Levitados.
Levado para dentro de mim,
me vi transfigurado,
com os momentos que revivi
eternizados.
* Luiz Cláudio Pimentel
TRANSE
transa:
quando os corpos
se entendem.
transe:
quando as almas
se entendem...
o transe
é um lance
super transado.
* Marcos Fabrício
Sou um abaixo assanhado
Sonhando acordado
Com o dia em que assinaremos embaixo
A nossa obra no espaço
Assim deixaremos
de andar cabisbaixos
Para flutuarmos
Na condição
de espíritos elevados
* Marcos Fabrício
não quero um paizão herói
nem um paizinho vilão
quero um pai
superhumano
parceiro e irmão
* Marcos Fabrício
Como a borboleta se separa do casulo
Como a bola se separa do craque
Como a tinta se separa do artista
Como o beijo se separa da boca
Como o filho se separa da mãe
Preparo meus versos tortos
para me direcionar
* Marcos Fabrício
A UM NOVO AMOR
saibamos amar sem medo
sem entrever nada
apenas deixemos sentir
o momento
vivendo sem medo
pq o medo
quando cansa
vira coragem massa
* Gustavo Footloose
não existe
a deficiência mental
para o ato de ser
o que existe
é a insuficiência mental
para a prática do compreender
* Marcos Fabrício
Vênus
Nossas feridas
Não se curam
com o Mercúrio
Que tal a gente viajar
pelos anéis de Saturno?
* Marcos Fabrício
DOCE DE COCO
Procura-se alguém
Bom de prosa,
Que fantasie poeticamente
Nosso grande encontro.
Alguém que tire de letras
Possíveis desencontros.
Procura-se alguém
Que saiba somar alegrias
E dividir tristezas
Para multiplicar carinhos
E diminuir ofensas.
Procura-se alguém
Brilhante como o Sol
E misterioso como a Lua.
Alguém que não faça hora com a minha cara
E não tenha hora marcada para o prazer.
Procura-se alguém
Que me sinta nua
Mesmo vestida.
Em suma,
Alguém que saiba ser tarado.
Procura-se alguém
Que ame mais a mim
Do que a tentação de querer ficar só,
Quando a barra aperta.
Procura-se alguém
Que batuque
Ao invés de cutucar.
Procura-se alguém
Que desate os nós do luto
E ate os nós da luta comigo.
Procura-se alguém
Que rale comigo
O coco da vida,
E venha ser meu doce de coco
Para animar a festa.
* Marcos Fabrício
a palavra ardida que nem pimenta
atravessa minha garganta
traça o verso esguio
em trunfos de amores
quem é que escreve
quando a formiga fala?
tudo é lógica matemática
bem e mal, mal e bem?
você não caiu
definitivamente não
você já estava há muitos anos no chão
* Gustavo Footloose
MEU PRIMEIRO AMOR FOI MIRLA
ainda criança
vivi um grande amor
o nome dela era mirla
e assim como eu
tinha 9 anos
a amava tanto que
sonhava com a gente adultos
faz uns dez anos a reconheci
embaixo de um prédio na 304N
mas não tive coragem de perguntar
se ela era a menina que estudou comigo
no colégio Dom Bosco em 1988
hoje penso que as pessoas q encontramos
que nos fazem sentir a grandeza do amor
são anjos enviados
* Gustavo Footloose
AINDA QUANDO ERA ASSIM
ainda lembro quando a L4
não era transmaconheira
quando a W3
não tinha sinal
quando a EPTG
era parque mesmo
me lembro quando a Octogonal
era longe, longe, no meio do mato
quando minha tia
morava na RA do SGAN
lembro da curva da morte
ali antes do Taquari
de quando não tinha asfalto
pra Piri
quando a 714 era o final
da Asa Norte
agora na Rua 20 sul
lembro da quadra 101
Brasília é assim
letras, números e amor, 303...
* Gustavo Footloose
PERSONAL POETEIRO
a era da revolução nunca se acabou
apenas acabou de ter o seu começo
peça, sem tropeço,
o "personal poeteiro" show
vendo rimas complicadas,
possessivas, embriagadas,
de sobriedade
negocio filmes do insconciente
prego laudas do presente,
com requintes do passado.
a flora da inconformidade nunca se mostrou
nem ao menos se dedicou, a ser inconformada
segue, ali, parada, contemplando poesias existenciais,
odes frias, nada mais, de novidade pré-cambriana,
do começo do fim da semana, aos anos fugazes.
traço rendas intricadas
lascivas, subjulgadas,
de autenticidade
negocio fotos sem mente
tasco odes ao demente,
sempre tão discriminado em mim.
* Luiz Cláudio Pimentel
ENCONTRO CAPITAL
Nossa união é poderosa
Desde quando resolvemos pegar
O primeiro avião com destino à felicidade
Saio dos eixos
Quando te beijo
Ganho asas
Quando me abraças
Nosso plano de voo
É a gente se amar
Como se não houvesse amanhã
* Marcos Fabrício
In a lot months
alone in darkness
dreaming with you
i am bankrupt
running for my only
jugement
me and myself
* Gustavo Footloose
MATERIALIDADE
Dessa matéria arrogante
que você fala
quero não
Espero da vida solução
sobreviver com amor
no coração
Essa dinheirama toda
não mata a fome
da consagração
Sagrado no tempo
sagrado na razão
sentimento puro imenso
é flor que brota
de dentro do seu coração
* Gustavo Footloose
Inoxidáveis/Enferrujadas
as mesmas coisas que me geraram
não me deixaram na mesma
não me fizeram lesma
não me trucidaram
truculentas
pesadas
virulentas
inoxidáveis
enferrujadas
violentas
viciadas
lamacentas
me violentaram
me fizeram esmo
me deixaram em mim mesmo
as mesmas trouxas que me sodomizaram
* Luiz Cláudio Pimentel
a felicidade
a felicidade me circunda / eu ignoro
me demonstra e aprofunda / eu imploro
pra que vá
embora
pra que a vilania tome sua hora
e predomine
para sempre
para que ela contemple
o inacabado,
o imperfeito o desafortunado.
a felicidade:
que me iluda!
eu desespero
me acalenta, tão sisuda
eu solto
berros
de temor
e temo
que o amor se instale
pra que a rebeldia tome sua hora
e predomine para sempre
para que ela
contemple o céu estrelado, o amor-perfeito
o apaixonado.
* Luiz Cláudio Pimentel
O IDEAL DO CRÍTICO
sabedoria
livrai-me da crítica cri cri
afasta-me do cálice do blá blá blá
protegei-me do hábito do ti ti ti
preservai-me do vício do bafafá
dei-me a gentileza
do opinar
sem a obra destruir
* Marcos Fabrício
A ARCA DE NÉIA
duas horas da manhã
música de amor na vitrola
lembranças cansadas
de serem lembradas
furada!
nesta barca há dois anos
só com um sentimento
de cada espécie
esperando o dilúvio
acabar.
* Gustavo Footloose
A tentativa geral de entendimento
Não quis colocar tudo a perder
Não quis flertar com a vida de nenhuma
Não desejei ser "palha de palhaço" ou "aço de pluma",
Acontece que um defeito me persegue
E consegue por vezes se instalar,
Apetece ser insistente,
e começa a me falar:
"uma tentativa, ou quatrocentos e noventa,
porquê não tenta, uma vez mais,
dar ao tapa a face que se arrebenta,
se fingir de bom rapaz?"
"nova assertiva, que se escolhe ou se implanta,
porquê não enfrenta, meu rapaz,
ser garapa da cana que se quebranta,
ser zero ou 100 , tanto faz?"
Talvez fiz mais por errar que por fazer
Não quis implodir com a vida de duas, talvez três
Não me apliquei em ser cara de pau, talvez de aço
Não desejei ser o senhor da vez, espuma de estilhaço.
Acontece que um defeito me persegue
E consegue por vezes se instalar,
Apetece ser insistente,
e começa a me falar:
"uma tentativa, ou quatrocentos e noventa,
porquê não tenta, uma vez mais,
dar ao tapa a face que se arrebenta,
se fingir de bom rapaz?"
"nova assertiva, que se escolhe ou se implanta,
porquê não enfrenta, meu rapaz,
ser garapa da cana que se quebranta,
ser zero ou sem, tanto faz?"
* Luiz Cláudio Pimentel
O alongamento impossível
Estique, puxe,
até o limite, luxe,
se é possível.
Aplique, culpe,
até o limiar, estupre,
se é louvável.
Delegue, iluda,
até o desgastar, confunda,
já que é provável.
o alongamento impossível
das horas, mortas
das floras, hordas
do não-incrível.
Replique, Pulse,
até o limite, ouse,
se é vendável.
Atinja, Rompa,
até o limiar, com pompa,
se é desejável.
Renegue, perfure,
até o desgastar, desconjure,
todo o biodegradável.
* Luiz Cláudio Pimentel
EM VÃO É O FRIO DO SEU CORAÇÃO
Acendo o triângulo deitado
Não quero ser castigado pelos Deuses
Do antigo egito
Olho os signos da minha mão
Não posso caminhar parado
Então tento voar no chão
Seus olhos me perseguem em vão
Sou pássaro destituido de razão
Fujo sempre do frio
Do seu coração.
* Gustavo Footloose
SOL E LUA, VERDADE NUA?
o sol que acende a lua
a lua que embala o sol
a verdade
iluminada como o sol
e enigmática como a lua
* Marcos Fabrício
AMIZADE ANTIGA
senti saudades de dizer
que um dia ao te conhecer
fiquei teu amigo
e tão profundamente ficamos
amigos
e hj com o tempo passado
escorrido por entre os dedos
eis que te encontro
doido pra pedir
perdão
mas não consigo
me bate uma palpitação
as pernas começam a tremer
só então me dou conta
da paixão
* Gustavo Footloose
NOTÍCIAS EM DIRECTO
marido traído perdoa esposa na porta do motel
mulher está em estado de choque
* Gustavo Footloose
Olê, Marques
Eterno camisa 9 do Galo
Olê, Marques
Olê, Marques
Olê, Marques
Olhe o Marques
Marques que marca
Marques que passa
Bom garçom que faz o outro jogar
Com o jogo arte
Driblar faz parte
E a consequência é o gol que faz a Massa gritar
Olê, Marques
Olê, Marques
Olê, Marques
Olhe o Marques
Homem que lança
Homem que alcança
Muitos troféus com o Galo foi levantar
Com humildade
Não canta de galo
Canta com o Galo
pro time ganhar
Olê, Marques
Olê, Marques
Olê, Marques
Olê, Marques
* Rodolfo Carvalho Monteiro
um livro que tanto quis ler
um amor que tanto quis ter
uma viagem que sempre quis fazer
uma mulher que sempre quis me ter
dorme gustavo!
* Footloose
VENTOTEMPO
redemoinhos antagônicos
brisa suaves
furacões
somos varridos pelo tempo
e o tempo é varrido pelo vento
ventotempo
sopro de vida
leva o navio
e a gente vai
navegando
o mar com seus encantos
tira onda
graças aos ventos
eles tecem para o sustento
nós
para sustentar o tempo
* Marcos Fabrício
MATEMÁGICA
para Dri
Geometria plana? Que nada!
Quero a geometria plena
Que faça volume.
Geometria espacial? Não dá pra mim!
Minha dimensão exige geometria especial.
Geometria analítica? Careta demais!
Mergulho de cabeça na geometria problemática.
Como é duro extrair a raiz quadrada do trauma!
Se o mundo é redondo, por que somos tão quadrados?
O sonho ocupa o melhor lugar no espaço.
Não é que as paralelas fizeram as pazes.
Agora elas se encontram na curva do abraço.
O resultado, enfim, agradeceu
Aos fatores pela sua existência.
Individualismo é conjunto vazio.
Exata é a solução
Que resolva o problema,
Deduzindo o "x" da questão
Sem depender de fórmulas ou macetes.
Quando o pão é multiplicado,
A fome é subtraída.
Quando o esforço é somado,
A carga fica dividida.
Eis a parábola da matemágica.
* Marcos Fabrício
esta semana fiquei mto mal
meio perdido
por causa do vil metal
senti que a vida ia acabando
e eu me matando
sem dinheiro
aí acordei pensando
que se dane quem me joga pra baixo
mesmo q essa pessoa seja eu mesmo
foda-se! e não foda-me!
só pq acabou o cacau
não quer dizer que não dá mais pra fazer doce
* Gustavo Footloose
CAMINHADA DA ILUSÃO
Verdades absolutas
são atestados de óbito,
certidões de hábitos.
Ouve o passo sem ter medo.
É a caminhada da ilusão.
* Marcos Fabrício
então, vou!
a garota de brasília: bota pilha!
a garota de ipanema: sem problema!
a garota de floripa: big tripper!
a garota nordestina: paz na Palestina...
a garota fluminense: paixão so deep intense.
a garota libertina: me desatina...
a garota surfistinha: tira-me da linha.
a garota carioca: me iça da toca,
a garota mineira: essa sim, a opção primeira!
* Luiz Cláudio Pimentel
TEMPERO NO TEMPO
para Gilberto Mauro
para Gilberto Mauro
...tudo que se faz eterno
É terno
Gilberto Mauro,
em Um canteiro.
tudo que é terno
fica eterno
* Marcos Fabrício
fica eterno
* Marcos Fabrício
AMIGO DE MÉ
Você, meu amigo de mé
meu irmão canabrava.
Amigo de tantas biritas,
de tantas noitadas.
Bebemos a dose
com sede de um litro.
Aquele que está do meu lado
em todas as farras.
Me lembro de todas as fossas, meu velho barreiro.
Você tantas vezes provou que é um grande boêmio.
O seu coração é um bar de garrafas abertas.
Amigo, você é o bebum mais divertido da festa.
Pra aguentar certos foras, só mesmo um gole de pinga.
Preciso de alguém pra me fazer companhia.
Você todo ouvidos escuta a minha ladainha.
Me dá aquela força: isso dá poesia.
Você, meu amigo de mé, meu irmão canabrava.
Sorriso e abraço festivo até na ressaca.
Você que me diz as verdades de copo vazio.
Um porre homérico fica bem melhor contigo.
Não preciso ter dinheiro, você logo paga a conta.
Depois a gente acerta, sobra algum pra saideira.
Não preciso ir a pé, logo vem e me dá carona.
Faz piada e ri da vida, com você não beijo a lona.
* Marcos Fabrício
A FILHA DO POETA
centenário
a morte labirintica
escrevinhatura de gênio
de louco
de poeta amenizado
clarinha dos anjos
anjo da minha vida
minha filha
* Gustavo Footloose
FIM DO POEMA
Acabou a paciência.
Coração bambo
Beija a lona.
Estou cansado de ser mico de circo.
Palavras mal fazem cócegas no que sinto.
Escuto britadeiras ambulantes,
receitas de bolos intermináveis.
Mas, é a tua indiferença
que me mata,
meu iaiá que me faz de ioiô.
Pensar na saída
Quando não quero mais entrar
É foda até pro Freud explicar.
Amo a menina mulher
Que insiste em ser mulher menina.
Um soco do destino?
Salvo pelo gongo!
Fim do poema.
* Marcos Fabrício
Da sua índole
Gentilezas trocadas com temor
Sutilezas ao afundar o punhal
com terror, em suas lindas costas
Reticências trocadas com torpor
Afagos intensos ao disparar o gatilho
com amor, de principiante
Relevâncias assinaladas com emoção
Trocatapas ao disparar do gongo singelo
como se amor vivesse por 12 rounds
ou fugisse feito camundongo, do seu recanto belo
Da sua índole
Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.
Realezas exaltadas com louvor
como o Senhor da Galiléia
atiradas ao mundo como se fossem
plebeu e plebéia
Semelhanças ao afinar
o parâmetro de amor
como dois velhos, bicudos, chatos e mudos,
sem tempo pra vida, pra festa e pro amor
Escravos da dor, e do desatino-afã,
Morreu o menino, persiste a vida vã.
Da sua índole
Não se esmera
Se erra, finda-lhe a espera
Atingindo-lhe a esfera
Do íntimo novo inimigo seu.
* Luiz Cláudio Pimentel
Oficialmente, sou
Oficialmente, sou:
Sacríficio
Só desperdício
Sacrilégio
Outro Colégio
Forma de Vida
Alternativo
Insolente
Reincidente
Não-conflitivo
Candente
Pluripendente
Radioativo
Repelente
Mero Acidente
Relativo.
* Luiz Cláudio Pimentel
PS: Oficialmente, não o sou.
juleeanow brauu
juleeanow boeeeiiii
rapaeeeexxxx esperrrrtuuuu
sorrrrrisuuuu aberrrtuuuu
pra q tristeeeezaaawwww
juleeanow boeeeiiii
mulekkkk doiiiduuuuu
meooo brodiii toscuuuu
sensacionauuuuu
juleeanow boeeeiiii
é todu brauu
color final
contentamento
juleeanow brauu
a dar com pau
no estacionamento,
do pensar geral.
* Luiz Cláudio Pimentel
perdido em divagações, o poeta cantor da multidão unitária
eu canto, ali num canto
mas ecoa
o que posso fazer?
ressoa pra valer
eu conto, sem nem, desconto
mas caçoam
o que posso fazer?
relembro até esquecer
eu quero, um lindo queixo pra ver
tantos e tantos se foram
como posso reter?
prantos até me refazer
eu corro, num auto-carro
mas engarrafam
dá pra voar, sem morrer?
sonhos até adormecer.
* Luiz Cláudio Pimentel
Feng Shui Black and White
o equilíbrio está na fresta
na festa
na aresta
na soma do descolorido
no dolorido problema
na mancha
no sistema
na prancha sistêmica
o equilíbrio está na sesta
na floresta
na frente
do partido
na fossa
do perdido,
no fotomomento.
* Luiz Cláudio Pimentel
teste de poesia
por onde andaria
o teste de poesia
o que fazia, a quem demandaria?
é só ciranda, ou fantasia?
é só fanfarra, ou letargia?
* Luiz Cláudio Pimentel
odis seia (for deia)
arte, manha, preguiça
bicha boa de se lidar
mestiça
índia, nega, da colina liminar
corte, mangas, artifício singular
vixe, é boa de se falar!
treliça
cana da índia, ébanos, do mercado solar
parte, sanha, espicha,
piche claro de se espiar,
enfeitiça
e se deixa enfeitiçar.
* Luiz Cláudio Pimentel
RECADO PARA AS MUSAS
Não quero musa que me usa
para fazer versos
Quero musa que me usa
para fazer amor
* Marcos Fabrício
ANTI-NARCISO
Investigo-me,
estraçalho-me.
Para resumir:
sou um anti-Narciso
Cyro dos Anjos
como anti-narciso
me vejo
no ponto cego do espelho
como anti-narciso
me vejo
na luz dos olhos teus
como anti-narciso
não me basto
basta você em mim
como anti-narciso
só admito o meu reflexo
com reflexão
* Marcos Fabrício
carapaça, carapuça
carapaça, carapuça
o que disfarça
o que bagunça
sua forma de ver
ao contrário de ser
alinhada com o ter
nada demais
carrapato, corre e pulsa
entre suas entranhas
estranhas, mas familiares
sertrapaça, semibalbúrdia
meretriz ou menostraça
entre suas artimanhas
tamanhas, tão peculiares
carapaça, carapuça
o que alveja
o que destroça
sua norma de ser
ao contrário de viver
alinhada com o inverter
nada mais a declarar.
* Luiz Cláudio Pimentel
ENTREVISTA
Foram alguns passos até aqui
O que significa isso?
Não sei.
Dizem que vc tem que ir bonitinho
Botei até terninho!
Agora espero a bendita entrevista
Cargo burocrático
Com folha de ponto
e formulários para desculpas
ao senhor diretor
Parodiando Bandeira,
Estou farto deste lirismo
E salve a poética
Pois foi um tempo
é este tempo
Será ele também
É ele a vida
porque sabemos viver
e viver não é pouco
pois também sabemos esquecer
Foi o dia deste dia
Passará como outro qualquer
O tempo não tem parada
estamos a caminhar
enquanto vivos
Aquele que pensava
ser
sensibilidade captada
captava, capturava
não sou eu
pois era uma criança
me disse que sou bonito
porque vivo sorrindo
Isso é o que conta
que no final das contas
Alegria, alegria, alegria
A vida não se justifica na tristeza.
* Gustavo Footloose
MY LIFE WITHOUT MY TIME
i try be a man, correct
i try be a woman, correct
i try be a water in your tale
i try be a bump what you sale
i try
but i care with
the don´t
because i'm scared
* Gustavo Footloose
encerramento das contas
as dívidas seriam eternas,
duvidei?
e caí logo em direção
as dúvidas não seriam ternas,
confiei?
e saí logo sem visão
do que me segurasse as pontas
do encerramento das contas
que se geravam
do que aliviasse os medos
do enfrentamento dos erros,
que me afastavam
da felicidade.
* Luiz Cláudio Pimentel
"pegadinha"
pega pega,
nega,neguinha,
larga o ofício
abraça o vício
que nos persegue
se consegues
ser militante
na delícia
do se permitir
então
te entrega entrega, molequinha,
ao pacote atualizado
de referências, do politicamente incorreto,
do indevidamente desejado.
* Luiz Cláudio Pimentel
VERMELHO
como pássaros
que não existem
e mulheres que
há muito desejamos
Cores, é assim que
vemos as sensações
da beleza.
* Gustavo Footloose
faz com que me sinta
te "sinta-te"
apenas um gesto forte
emoção descontrolada
faze calor noutro ser
insinua FORTE;
* Gustavo Footloose
SUFOCADO
respirando aqui já não há ar
ando por aí, down!
ela reverberou-se e eu também
abrigo um sentimento imutável
coisa vaga que permanece
latente como paixão antiga
dói e resplandece
a maria me ajuda
lombro agitando maldições
desgraças que agora quero!
só falo sexo, sexo, sexo!
ópio para desopilar
enfim,
vamos transar antes do mundo se acabar?
* Gustavo Footloose
SEREI DAQUI?
Se fosse eu de algum lugar
seria de marte
Desse planeta definitivamente não
Se olhasse para você como
um ser do planeta terra
não te veria de perto
seria mais uma por satisfazer-me
Seu olhar não seria de moça nova
Como puta velha irias me olhar
Encontrando em mim algum
sentimento maciço
Duro como seu olhar de quem
não me quer
Fico a vigiar aquelas que
nem de perto são como tu
Meu amor redundante não quer
cessar
Assim serei obrigado a sofrer
como homem e poeta
Sua distância perto de minha
carne maltratada
Vago pela noite vã, afim de encon-
trar outra que me apazigue o sono
E agora? Dani, Ju, Pri, Paty
são mais alento ou outro
caminho perdido?
Se viver esta ilusão é preciso
o contentamento de um sono tranquilo
É mais do que seu sexo a me encarnar
Não saio de cima
das minhas ilusões perdidas
Sempre prestes estou
a encontrá-las e a perdê-las de novo.
* Gustavo Footloose
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